"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

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Porto Alegre, Rs, Brazil
Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

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sexta-feira, 28 de julho de 2017

A Assassina da Sala ao Lado


Ela parecia tão inocente, seu rosto branco quase pálido não transmitia o quão perigosos eram os seus pensamentos. O olhar era meigo como de um gato, o sorriso, então, encantava qualquer um que o visse, ninguém duvidava que fosse uma garota meiga e amorosa, jamais tratou mal ou aborreceu algum colega, bem vista por todos era a preferida. Marcos que sentava em uma sala ao seu lado, se sentiu contagiado por sua beleza e ternura se aproximou afim de um romance, infelizmente para ele a verdade veio à tona.


O inverno tinha chegado com tudo nessa semana, Marcos aproveitou para se aproximar de Gabrielly em uma semana fria de julho. A festa junina estava animada, o diretor tinha liberado o quentão com álcool, isso fez todas as desinibições desaparecerem rapidamente. Depois de uns três copos tomados rapidamente e sem cerimônia, ele chegou nela com tudo, e prontamente foi correspondido para a sua surpresa. 


Afastaram-se dos demais até um pequeno casebre dos funcionários do local que estava vazio. Entre beijos e amassos quentes o tempo passou, todos já tinham ido embora sobrando apenas os dois. Ainda empolgado com tudo o que estava acontecendo, sentiu que algo estava estranho, sua visão ficou embaçada, a mente turva, quando o chão se juntou com o céu ele apagou.

Marcos acordou em um galpão ainda desorientado, quando tentou se levantar percebeu que sua perna estava presa por uma corrente. Gabrielly entrou no ressinto logo em seguida, nua totalmente coberta de sangue, com um machadinho de mão. Suas feições estavam diferentes, seu rosto aparentemente inocente, agora, passava uma energia maligna e ameaçadora, como uma predadora com sua caça encurralada.


Confuso ele gritou e xingou querendo uma explicação para o que estava acontecendo, ela não parecia mais estar escutando o que ele dizia. Só depois de um tempo viu que ao redor diversos pedaços de corpos estavam espalhados por todo o local como se aquele lugar fosse um abatedouro humano.

Passou diversos dias preso naquele lugar com ela entrando e saindo com um pedaço diferente de carne humana, ficou sem agua e sem comida, parecia que estavam em um lugar isolado, pois não escutava nada, e ninguém escutava os seus gritos.

Depois de três semanas já estava sem forças pra qualquer coisa, foi aí que ela veio com sua machadinha. O primeiro golpe foi no seu braço, cortou sua pouca carne sem dificuldade, ela queria apenas um pedaço, foi o que conseguiu, ele sangrou sem forças pra reagir.

Gabrielly volta meia hora depois, Marcos estava agonizando na linha tênue entre a vida e a morte. Em uma panela mostra a sua carne cozida, ela ri enquanto com um grafo pega um pedaço e come. 


segunda-feira, 24 de julho de 2017

O Terror de Sherlock Holmes - Parte 1




“Existe vida após a morte Watson, e ela é terrível”.

Essa foi a ultima coisa que escutei do meu sincero amigo Holmes. Seria curioso ouvir essas palavras da boca dele, se o terror na sua voz, coisa que nunca antes tinha escutado, fosse tão claro. Ele que sempre foi um intelecto puro e até mesmo arrogante quanto a coisas de fins sobrenaturais, por esse motivo essa frase parecia tão surreal e mal encaixada.


Depois de me proferir essa frase, meu amigo simplesmente desapareceu sem deixar rastros, faz uma semana que o procuro sem sucesso, ou ao menos uma pista do seu paradeiro, esse mistério está me deixando cada vez mais preocupado e com medo do que pode vir. Sinto as coisas estranhas, isso que já tivemos várias aventuras que me fizeram borrar nas calças diversas vezes, essa, porém estava me deixando angustiado mesmo sem saber o que estava acontecendo.


 Há uma semana ele viajou sem mim para Espanha, me disse simplesmente que precisava encontrar um amigo de longa data que precisava de ajuda. Não me disse nome da pessoa, nem o nome da cidade ou vilarejo, não achei estranho, era típico dele fazer essas coisas, nunca achou necessário ou nem passava por sua cabeça me contar certas coisas que poderiam ser importantes.

Me deixou um bilhete “Preciso me ausentar por uma semana, um amigo precisa da minha ajuda. Fique um tempo sem mim, Caro Watson.”, escreveu isso em um papel bem simples, e se foi para seu destino. Vasculhei todas as suas anotações procurando esse tal ”amigo” nunca mencionado antes. A palavra amigo era uma coisa que ele não dizia com muita frequência, não encontrei nenhuma menção a Espanha ou qualquer amigo que poderia encontrar lá, não tenho as habilidades dele pra investigação, como que ele sempre deixou claro, estava sem pistas e sem saber o que fazer, precisava de ajuda urgentemente.


Inspector Lestrade me ofereceu ajuda nessa missão, mesmo achando que era mais um capricho de Holmes. Ele fez de tudo, ou me disse que fez de tudo, mas não encontrou nada que pudesse ajudar. Felizmente eu encontrei ontem um artefato misterioso, que seria apenas um objeto comum se não fosse pelo o que ele me fez.

Todas as luzes da casa se apagaram quando toquei naquele punhal esquisito, de repente achei que o chão tinha me abandonado, me senti flutuando e rodando feito um peão desgovernado, como se tivesse ido para em outro lugar. Quando voltei do que tinha acontecido comigo, horas tinham passado e estava completamente suado, meu coração disparado era como um bate estaca.

Só isso já seria uma coisa fora do comum, mas meu braço ardia, e lá agora continha uma marca, como se tivesse sido feito em brasa, um símbolo que nunca tinha visto na minha vida.


segunda-feira, 17 de julho de 2017

3 Dias no Inferno – O Retorno da Rainha, Parte I



Aquela mesma rotina de sempre estava deixando Elizabeth frustrada, ela ainda tinha lembranças de como era a sua vida antigamente, todos os familiares, amigos e principalmente os inimigos, essa nova vida priorizava os inimigos e até alguns amigos. Perdeu totalmente a noção do tempo, podia ter se passado apenas alguns minutos, talvez horas, talvez dias, talvez meses, talvez anos, ou até mesmo eras, ela não sabia mais. Por mais prazerosa que tivesse sido esse trabalho no começo, agora parecia mais um fardo, um castigo do que originalmente era. Toda a beleza e importância do que fazia desapareceu, ela estava mais infeliz do que toda a sua existência já foi um dia.


Ela não aguentou mais aquilo pegou suas coisas e saiu por aquele rio caminhando por sua margem sem se importar com as punições e todas as outras consequências terríveis que poderiam acontecer. Com os pés tocando aquela terra vermelha e quente, as pequenas pedrinhas entravam em cada corte que se abria nos seus pés.



Forçou os olhos para tentar enxergar a frente, mas não conseguia ver o fim no horizonte. Se ajoelhou no chão e vomitou, mesmo com a dor saindo do seu estomago passando pela sua traqueia e finalizando na boca, não saiu nada, apenas um pequeno líquido escuro e gosmento.

Finalmente encontrou algo de diferente, uma árvore linda, grande e forte, com folhas extremamente verdes e tenras, suas cores faziam um contraste bem peculiar com o resto do ambiente. E seus frutos pareciam estranhos, de longe ela não pode ver o que eram, mas quando foi se aproximando viu que os frutos eram partes de corpos humanos dilacerados, pedaços de pernas, braços, mãos, pés e até cabeças.

Alguma coisa sobrevoava o local, na sua primeira impressão parecia ser uma águia ou um abutre, mas era muito maior. Começou a dar rasantes tentando pegá-la, foi aí que viu que a suposta ave era um dinossauro, mais precisamente um pterodátilo, e peculiarmente sua cabeça era humana.

Pousou a metros dela quando cansou das tentativas de pegá-la. Uma criatura bem pequena estava na garupa do animal, não tinha nem mesmo um metro de altura, seu corpo era similar de um humano com exceção que não tinha pescoço e seu corpo parecia um chiclete amassado. Na sua mão esquerda uma lança e na outra um pequeno escudo com uns símbolos estranhos.

- O que um demônio faz longe de suas imediações? Me responda agora!


- Eu estou cansada de torturar almas, isso não tem mais significado pra mim.

- Essa é boa, um demônio querendo significado, essa é a primeira vez que vejo isso.

- Quem é você?

- O Senhor dos lugares, o rei dos deveres.

- O que isso significa?

- Não é da sua conta. Quem é você mesmo? Ah lembrei, Elizabeth De La Fontaine, morreu em 1789 na França.

- Fui assassinada, eu que deveria ter sido a Rainha da França.


- Todos aqui deveriam ser alguma coisa, mas não são, então demônio você vinculada a seção tortura na Zonal Leste, então, volte pra lá.

- Eu fiquei sabendo que alguém conseguiu escapar do inferno, se essa pessoa conseguiu eu também consigo.

- Já se olhou no espelho? O que um demônio com essa aparência vai fazer no mundo dos vivos? – Elizabeth foi até o rio e viu seu reflexo, era coisa mais horrenda que já tinha visto na vida.


sexta-feira, 7 de julho de 2017

Visões da Filha do Diabo – Parte 4



A Madre ficou horrorizada com a cena da garota esfaqueada na cama, Dorothy caiu de joelhos no chão aos prantos, os outros se olhavam desconfiados um dos outros. O clima de tensão foi quebrado por batidas na porta, o eco no silêncio entre eles foi absurdo, parecia um bate-estaca de construção, cada segundo parecia ser tornar uma eternidade de agonia, ninguém juntou coragem de se mexer ou esboçar uma reação qualquer até Tereza se dirigir à porta ainda de olho no corpo despedaçado.


Caminhou lentamente até a porta, as batidas cessaram e o que se escutava agora era as batidas do coração de cada um, além das respirações ofegantes.

 - Quem está aí? – Madre falou afastada da porta.

- Tereza? – a voz masculina do outro lado respondeu. – É você mesma?

- Ainda não respondeu a minha pergunta!

- Sou eu, Padre Diomedes!

- Que? Não, impossível.

- Eu ainda me lembro muito bem daquele dia na igreja São Jorge, as coisas eram difíceis pra nós naquela época, se ainda me lembro fizemos um pacto nesse dia.


A Madre Tereza ficou pálida com as palavras que escutou, estava mais aterrorizada com isso do que tinha acontecido há minutos. Todos ainda estavam na mesma posição apenas observando o que estava acontecendo.

Ela tremeu quando colocou a mão na maçaneta e não se aguentou desabou no chão, Dorothy veio ao seu encontro socorrê-la, os outros também finalmente se mexeram. A Madre logo despertou com o som de uma trombeta com o volume em uma proporção estrondosa que chegaram a rachar alguns vidros que ainda estavam intactos, ela se prontificou em abrir a porta.


Um padre de cabelos completamente brancos e rosto gentil passou pela porta, estava vestido a caráter, roupa preta e fita no pescoço branca. Ele entrou e passou pela Madre sem falar ou olhar pra ela, foi direto aos outros e perguntou pela garota, apontaram sua localização. Foi até o corpo se ajoelhou no lado da cama e começou a rezar em uma língua estranha.

Dorothy olhou pra Madre confusa do que estava acontecendo agora.

- O que está acontecendo, Madre? Quem é esse Padre?

- Eu me criei com ele, foi por sua causa que entrei para o convento.

- Mas então, porque, está desse jeito?

- Porque faz dez anos que ele morreu!


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