"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

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Porto Alegre, Rs, Brazil
Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

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domingo, 28 de fevereiro de 2016

Duas Horas de Terror




 Leticia era a ultima pessoa dentro da sua fábrica de artesanatos, tinha vinte funcionários que faziam desde brincos até sofás, tudo a mão com diversas técnicas que ela ensinou pessoalmente pra cada um, Letícia vinha de uma grande família de pintores, mas se interessava só por hobbie, o que ela gostava mesmo era  fazer objetos com suas próprias mãos, objetos únicos feitos especialmente pra uma pessoa especifica e não uma linha de produção com coisas iguais e sem alma.

O trabalho tinha sido duro durante toda a semana e na sexta ela resolveu dispensar todos mais cedo, a sua fábrica ficava em um galpão afastado do movimento da cidade, um pouco isolado, mas com liberdade total pra fazer barulho e acomodar as suas coisas. Letícia apesar de ter dispensado todos os funcionários ficou mais um pouco queria terminar uma bengala pra um velho amigo de seu pai, Dr. Roberto Araújo, um famoso médico que foi preso diversas vezes sob a acusação de molestar seus pacientes.

Uma leve chuva tinha caído durante a tarde, a grama agora exalava um cheiro de natureza que ela tanto gostava, era exatamente nove horas da noite quando ela escutou os latidos de um cachorro no lado de fora, não se importou mais os latidos não cessaram então se levantou e foi até a janela do galpão, um cachorro latia olhando pra sua porta, fez uns movimentos com a mão fingindo que estava atirando uma pedra e o cachorro saiu correndo.

Letícia volta pro seus afazeres, àquela bengala era especial tinha sido pedida pelo seu pai para o doutor como presente, então ela tinha que terminar ainda esse final de semana, pois o aniversário era segunda. Enquanto Letícia fazia uns desenhos egípcios no meio da bengala como pedido, umas das maquinas dos fundos começou a funcionar, ela toma um susto e quase se corta com a faca, caminha até a maquina pra verificar o do porque tinha ligado do nada, mas estava em perfeito estado, tira da tomada e volta pros seus afazeres.



 Duas batidas na porta como se fossem trovões faz seu coração quase subir pela garganta, normalmente há essa hora naquela região era deserta, raramente passava um carro ali. Letícia vai até a porta meio receosa, pergunta várias vezes quem era, mas sem resposta, olha pela janela e não vê ninguém, abre a porta bem devagar deixando só uma frestinha, antes que pudesse espiar o outro lado uma forte batida na porta, o impacto contra a porta a faz cair no chão.

Ao se levantar assustada percebe que sua boca estava sangrando, outra maquina nos fundos começa a funcionar sozinha, Letícia fecha a porta assustada, passa a chave e limpa sua boca com as mangas da blusa, corre até os fundos e vê a porta dos fundos aberta, seu coração estava acelerado, o galpão era repleto de prateleiras com diversos produtos artesanais, se esconder atrás de uma delas era bem fácil, Letícia fica apavorada caminha até sua bolsa olhando pra todos os lados, mas pra seu desespero sua bolsa havia sumido.

Não sabia o que fazer, seu celular estava dentro da bolsa, pega a bengala pra se defender, várias maquinas são ligadas ao mesmo tempo, no relógio da empresa marcava dez horas em ponto. Ela começa ver vultos entre as prateleiras como se tivessem várias pessoas ali dentro, vários objetos começaram a ser derrubados, Letícia começa a gritar apavorada e a mover a bengala de um lado para o outro tentando acertar alguém. As luzes se apagam, nem a luz da lua iluminava o galpão, Letícia tateava na escuridão um caminho seguro pra longe enquanto sentia que estavam a sua espreita, sentia também a respiração de cada um como se estivessem esperando pra ataca-la, o cachorro voltou a latir fortemente, estava com as pernas bambas quase que fraquejando quando escutou um barulho de metal e um impacto em sua cabeça, Letícia cai desacordada.


O relógio marcava onze horas quando Letícia acordou no chão, havia vômito perto da sua cabeça, as luzes estavam acessas novamente, ela levanta com dificuldade, tudo estava normal como se nada tivesse acontecido, as portas estavam fechadas, as prateleiras intactas, e as maquinas desligadas, apenas o cachorro continuava a latir. Letícia caminha ainda cambaleando  tropeça em um copo e depois em uma garrafa de whisky vazia junto com uma cartela de remédios também vazia, Letícia junta a sua bolsa e vai embora.


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Verdadeiro Serial Killer



Não posso controlar quem eu sou de verdade, todos que estão em minha volta não sabem quem verdadeiramente eu sou ou o que sou capaz de fazer, já nasci assim, dês que me entendo por gente tenho esses impulsos que as vezes são incontroláveis, por muito tempo suprimi isso, mas esse tempo está acabando, me sinto sufocado, adormecido, deprimido, e só há uma coisa capaz de me fazer ficar bem novamente, uma coisa que é totalmente aceito entre animais, e se também somos animais esse ato deveria ser entendido e perdoado na minha visão, eu preciso e eu quero matar alguém.


Minha namorada é uma garota inteligente, mas burra quando se trata de mim, nunca desconfiou da minha vontade assassina, nem mesmo quando me pegou de noite com uma faca no seu pescoço, inventei uma desculpa boba e ela acreditou. Até hoje só matei animais, os mantive vivos por horas antes de matar, cachorros, gatos, tortura até eles perderem as forças e praticamente implorarem por misericórdia, isso me dava um grande prazer, mas eu sabia que era apenas um aperitivo do que ainda me aguardava.

Estou quase explodindo não posso mais viver nessa vida de mentira, cansei de tudo isso, hoje a noite tem um jantar aqui em casa com toda a família da minha namorada, azar o dela vai perder toda a família e a vida de uma vez só, sinto pena dela, pra falar a verdade não sinto, aliás, eu não sinto nada por pessoa alguma. Nenhum deles vai me causar algum problema, os pais dela são velhos fáceis de dominar, a sua irmã com dois filhos pequenos mais fácil ainda e uma tia gorda, pra não ter problema de alguém conseguir fugir vou colocar um sonífero na bebida e amarra-los, e matar um a um.
Então foi assim que aconteceu, todos chegaram no começo da noite e eu fui simpático como sempre, não foi um problema, aquelas pessoas não fazem diferença nenhuma pra mim, mas tenho que admitir que vou sentir falta da minha namorada, não vou mentir, não há amo ou muito menos sou apaixonado nem sei se sou capaz disso por alguma pessoa. Todos aproveitaram a deliciosa comida preparada, conversavam e riam bastante até que antes da sobremesa caíram com a cara na mesa, efeito do meu sonífero nas bebidas deles.


Eles acordaram a principio confusos e um pouco atordoados, mas depois de alguns segundos o pavor tomou conta de todos, mas pra minha surpresa menos pra minha namorada que incrivelmente estava calma e serena. Eu estranhei esse comportamento dela, tinha que continuar com meu planejamento, peguei minha faca super afiada, fui até os pais dela primeiro, com uma facada no meio do peito matei aquele velho enquanto olhava diretamente pra minha namorada que ainda não demonstrava nenhum sinal de desespero, aquilo já estava me incomodando, mesmo assim passei pra sua mãe, eu não gostava nem um pouco daquela velha que sempre falava demais, tive que mandar o resto parar de chorar e se debater pra que eu pudesse aproveitar o momento, passei a faca no seu pescoço bem devagar pude sentir toda a sua dor e aquilo me deu um prazer indescritível.

O resto matei mais rápido, mas o prazer foi o mesmo, por ultimo deixei minha namorada que por alguma razão estava com um sorriso no lábios, nunca tinha visto aquela expressão no seu rosto, fiquei um pouco confuso, queria mata-la, mas estava curioso. Me sentei na sua frente e ficamos nos encarando por alguns minutos sem falar absolutamente nada, apenas ficamos ali trocando olhares, eu me levantei e bati na minha cabeça por ser tão burro e não ter percebido nada, estava o tempo todo da minha frente, mas só agora pude compreender o que fui tão cego durante tanto tempo, minha namorada era igual a mim.

Eu a desamarrei estava muito entusiasmado com a descoberta, não precisava mais ficar sozinho com meus pensamentos assassinos, teria alguém igual pra compartilhar essa vida, não estava mais sozinho e isso me causava uma sensação um excitação incrível, mas quando virei as costas recebi uma facada nas costas, fui ficando fraco enquanto o gosto do metal entrava na minha boca, cai de joelhos sem entender o tinha acontecido.

Antes que meus olhos fechassem pra sempre e eu deixasse esse mundo antes do que eu havia previsto, ela se ajoelha do meu lado e falou no meu ouvido que tinha planejado tudo isso há muito tempo, sabia que eu era diferente e usou isso pra criar um plano pra eu matar a sua família e ela me matar alegando que estava tentando salva-los, que era já era uma assassina em série há muito tempo e que era impossível dois deles viverem juntos felizes, fechei meus olhos e abracei a escuridão.




sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Os Bichos Papões de Ana 2° Versão


"A imagem do bicho-papão possui variações de acordo com a região. Segundo a tradição popular, o bicho-papão se esconde no quarto das crianças mal educadas, nos armários, nas gavetas e debaixo da cama para assustá-las no meio da noite. Outro tipo de bicho-papão surge nas noites sem luar e coloca as crianças mentirosas em um saco pra fazer sabão. Quando uma criança faz algo errado, ela deve pedir desculpas, caso contrário, segundo a lenda, receberá uma visita do bicho-papão."
                                                                                                        http://www.sohistoria.com.br/

Ana estava comendo a sua janta, sua mãe tinha feito sua comida favorita pra compensar o dia inteiro de brigas que teve com seu marido na frente dela, fazia semanas que eles estavam brigando, mas hoje tinha sido bem violento e Ana tinha presenciado tudo, a cara de confusa e assustada de sua filha fez a briga parar automaticamente, arrependidos prometeram pra ela e pra eles mesmos que iam começar a se entender novamente, mas não era só isso que estava deixando Ana assustada, estava escutando barulhos estranhos dentro do seu guarda-roupa durante a noite.

Ana é surpreendida quando seu pai chega com um celular, tinha pedido um no seu aniversário de nove anos, mas não tinha ganhado e agora em um dia qualquer recebe o presente que tanto queria, agora poderia falar sempre com seu amigo Paulinho, de quem ela tanto gostava. Ana notou que seus pais agora cochichavam no ouvido um do outro e davam pequenos sorrisos, Ana sentou no sofá na frente da televisão e foi ver o seu desenho favorito mexendo no seu novo celular.



Indo no seu quarto procurando os fones do celular que tinha atirado encima da cama, seu guarda-roupa dá uma pequena balançada, Ana pula pra cima da cama, o guarda-roupa volta a tremer, a porta começa a abrir devagarinho, ela atira uma almofada na porta que fecha rapidamente como se alguém do lado de dentro a tivesse fechado. Ana corre pra sala louca de medo e avisa os seus pais que tinha alguma coisa dentro do seu guarda-roupa. Eles vão até o seu quarto abrem o guarda-roupa, mas ele tinha apenas as roupas de Ana e nada a mais.
Ana está deitada na sua cama de madrugada, já tinha passado da hora de dormir, se vira de um lado pra outro diversas vezes, mas o sono não vinha, a sua janela estava entre aberta, era de vidro, tinha uma cortina branca quase transparente onde era possível ver a lua que estava cheia e iluminava parte do quarto.

Ana escuta novamente os barulhos de dentro do seu guarda-roupa, que fica nos pés de sua cama, se esconde debaixo das cobertas deixando só os olhos de fora, os barulhos param e recomeçam com mais força, Ana com muito medo desce da cama, calça seus chinelos e corre até o quarto dos seus pais, chegando na porta escuta gemidos, Ana abre a porta e os gemidos param, ela chama sua mãe, mas seu pai a manda ir dormir.
Ana volta pro seu quarto chorando com medo dos barulhos dentro do seu guarda-roupa, quando ela se deita os barulhos recomeçam, debaixo das cobertas ela pega o seu celular novo, liga pro seu amigo Paulinho, fala tudo o que estava acontecendo, ele então diz que poderia ser um bicho-papão, que uma faca com lágrimas pode matar um bicho-papão. Ana caminha na ponta dos pés até a cozinha onde pega uma faca e coloca uma gota de sua lágrima na lâmina e volta pro quarto.

Alguma coisa estava embaixo de sua cama, a porta do guarda-roupa estava entre aberta, o bicho-papão tinha saído do guarda-roupa e ido pra debaixo da cama, Ana estava tremendo dos pés a cabeça, o bicho começa a bater nos estrados da cama, Ana teve que se segurar pra não se mijar de medo, quando o bicho parou de se mexer ela pegou a faca e com toda a coragem que conseguiu reunir, passa a faca diversas vezes embaixo da cama até que acerta, o bicho grita e corre pra dentro do guarda-roupa novamente. O pai de Ana percebendo as movimentações e os barulhos aparece no seu quarto e a manda dormir aos gritos nem deixando Ana falar o que estava acontecendo.


Ana fica na frente do seu guarda-roupa com a faca na mão, então enfia a faca no vão das portas e escuta um grunhido agudo de dor sair de dentro do guarda-roupa, Ana dá dois passos pra traz e a porta do guarda-roupa se abre, de dentro caí morto um bicho pequeno que parecia ser um feto deformado, Ana suspira de alívio, tinha matado o bicho-papão, mas nesse exato momento escuta pesados passos atrás dela, quando se vira vê o bicho-papão mãe, Ana havia matado o filho dela, caí uma lágrima do seu olho esquerdo e o bicho-papão, que parecia um pequeno dinossauro grotesco todo deformado, passa por ela e vai até o quarto de seus pais, Ana apenas escuta os gritos de desespero e de carne sendo dilacerada. Depois de alguns minutos o bicho-papão volta coberto de sangue e entra novamente dentro do guarda-roupa desaparecendo.



sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Cemitério 2° Relato


Os Mortos Não Saem das Covas

Conto baseado em fatos reais, nomes e locais alterados para preservação dos envolvidos.

Rogério estava há quase um ano sem conseguir um emprego fixo, não conseguia segurar um emprego por mais de dois meses, a crise no país estava alta, e ele estava sendo afetado diretamente, suas contas a cada dia estavam se acumulando e os juros aumentando, tinha que pagar pensão pra sua filha de quatro anos, o resto do dinheiro que tinha mal dava pra passar o mês, ele já estava desesperado quando encontrou uma vaga de emprego em um cemitério afastado da cidade.

Acordou cedo no dia seguinte, fez a barba pegou sua melhor roupa, imprimiu seu currículo e saiu de casa às 5 da manhã, queria ser o primeiro a chegar pra conseguir a vaga. Apesar de ter que dormir no cemitério algumas noites o salário era muito bom, mais alto que qualquer outro que já tinha ganhado na vida, Rogério era de uma família humilde, até tentou, mas não conseguiu terminar os estudos com isso nunca conseguiu um emprego com alta remuneração.

Rogério conseguiu ser o primeiro a chegar, mas logo estranhou nenhum outro candidato apareceu o tempo passou e ele era o único candidato, estava surpreso, mas também feliz, o salário era muito bom pra ser verdade e ele realmente necessitava. Um velho com uma bengala veio ao seu encontro enquanto ele esperava no lado de fora do grande portão.

- Tem certeza que você quer o emprego? – o velho falou com uma voz arrastada e desanimada.

- Sim claro, aqui está o meu currículo, tenho experiência com segurança. – Rogério estava nervoso pra conseguir o emprego.

- Não quero saber, apareça aqui amanhã pra começar os turnos. – falou ainda mais desanimado.

- Muito obrigado mesmo. – Rogério nem tinha terminado a frase e o velho já tinha lhe dado às costas, ele o observou até desaparecer entre as lápides.

Rogério foi pra casa muito animado, poderia finalmente depois de um longo tempo dormir em paz. No dia seguinte acordou tão cedo quanto o dia anterior, caia uma chuva fina na cidade, mas isso não impedia que as paradas estivessem lotadas, esperando seu ônibus e preocupado com o horário ele nem percebeu a aproximação de uma velha bem judiada pela vida e com roupas bem surradas e rasgadas.

- Filho, sabe se o T4 passa aqui? – a velha quase que sussurrou.

- Não senhora, esse não passa aqui.

- Os mortos não saem das covas filho. – falou e foi se afastando, Rogério nem teve tempo de reagir, pois seu ônibus tinha acabado de chegar, de dentro do ônibus viu a velha do lado de fora o observando pela janela.

Ao chegar no cemitério encontrou o portão aberto, bateu palmas e logo viu o velho vindo em sua direção.


- Desculpa nem perguntei o nome do senhor. – Rogério falou quando se aproximou.

- Juvenal, entre de uma vez tenho mais coisas pra fazer.

O cemitério mesmo durante o dia era bem sinistro, Rogério nunca tinha entrado nesse e sentiu calafrios assim que pisou lá dentro, eles caminharam por toda a extensão, o pequeno casebre era do lado oposto da entrada, tinham que atravessar praticamente todo o local, algumas covas estavam abertas com seus caixões pra fora, o que deixou Rogério curioso.

- Por que essas covas estão abertas?

- Eu estou ficando velho, já vi muita coisa durante muitos anos, não me assusto mais com nada, mas não tenho mais a vitalidade de lidar com ladrões ou tarados por corpos frescos.

- Que coisa terrível.

O pequeno casebre onde ele deveria ficar tinha apenas um cômodo com apenas uma cama de solteiro e uma cadeira com uma mesinha e a lareira. Eles andaram mais um pouco pelo cemitério, Juvenal mostrou praticamente todas as lápides pra ele e tudo o que ele deveria fazer.






As primeiras noites foram tranquilas nenhuma atividade fora do comum, apesar da quantidade excessiva de corvos que ele tinha notado tudo ocorreu extremamente bem, até se permitiu conferir algumas lápides e ver se reconhecia alguém, a noite já tinha chegado novamente e Rogério deveria voltar pro casebre e acender as luzes, mas alguma coisa estava errada, as luzes já estavam acessas, ele tinha certeza que não tinha acendido, entrou dentro do casebre bem devagar calculando qualquer movimento, assim que passou pela porta viu uma grande quantidade de terra na entrada e também em várias partes do casebre, estavam espalhados como se fossem pegadas.


Rogério ficou um pouco assustado, pegou sua lanterna e saiu do casebre olhando em volta, na arvore mais próxima dezenas de corvos estavam parados nos galhos olhando diretamente pra ele. Rogério cai no chão de sustos quando todos aqueles corvos bateram assas ao mesmo tempo e levantaram voo, ele levanta rapidamente e corre atrás dos corvos que pousam em uma lápide aberta.

O caixão tinha sido quebrado e o corpo que deveria estar ali dentro havia desaparecido, a cova era nova tinha no máximo duas semanas, era de Nina Kulagina, mas sua atenção foi desviada novamente com o barulho de vidro quebrado, ele correu novamente até o casebre e de longe viu que alguém estava lá dentro, os corvos começaram a fazer barulho alto como se alguma coisa estivesse os incomodando, Rogério ficou temeroso em se aproximar, quando estava há alguns metros do casebre a pessoa que estava ali, sai pela porta.

Uma mulher toda coberta de terra ficou o olhando nos olhos, alguns vermes saiam de sua boca e também dos olhos, ele dá alguns passos pra trás seu coração estava disparado e suas pernas bambas, não sabia bem o que tinha que fazer. A mulher então estica os braços e lhe chama pelo nome, Rogério corre desesperado pro portão, no caminho ele vê outras covas com mãos saindo de dentro da terra.

Rogério abandonou aquele emprego na mesma noite do ocorrido, agora ele trabalha como segurança de farmácias, ele nunca mais voltou naquele cemitério, soube anos depois que o cemitério havia sido fechado pelo sumiço de vários corpos.


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