"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

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Porto Alegre, Rs, Brazil
Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

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sexta-feira, 27 de maio de 2016

Apocalypse: 3° Guerra Mundial



Tudo aconteceu muito rápido como um pôr do sol num dia qualquer, quase ninguém da população civil estava ciente do que poderia acontecer ou até sabiam, mas não deram muita importância, pois achavam que não os afetaria, eu mesmo me iludi, achava que isso nunca chegaria no nosso país, mero engano, tudo foi varrido com tamanha força e precisão que era como se nunca tivesse existido realmente.

Antes de tudo acontecer a tensão política entre Coréia do Norte e EUA estava mais tensa do que nunca, ameaças eram feitas de um presidente para outro quase que semanalmente, o medo eminente de uma terceira guerra mundial os faziam não ser mais diretos nas suas intenções, mas nas surdinas as produções de bombas nucleares estavam em pleno processo, a confiança que com essa arma iriam ganhar fez com que ambos os lados não mais temessem a guerra.

Os jornais e noticiários na televisão pareciam ser pagos para não divulgar certas coisas, ou talvez não quisessem a população em pânico. Não sei qual país se aliou com quem, mas a guerra se tornou global de uma hora para outra, tudo foi muito rápido, com toda a tecnologia da informação que todos tinham de saber de tudo em qualquer parte do mundo a qualquer hora, a guerra saiu do imaginário e se tornou realidade rapidamente.


Estava saindo da escola quando fiquei sabendo que a primeira bomba nuclear tinha atingido os Estados Unidos, metade do país havia sido dizimado como madeira em uma fogueira, viraram pó em pouco tempo, a reação dos aliados foi quase instantânea, em menos de três dias a Coréia do Norte tinha sumido do mapa, o mundo tinha se tornado um campo de guerra, as piores previsões não chegavam nem aos pés do que aconteceu em seguida, o medo e a raiva se tornaram gasolinas pra uma batalha agora sem aliados, a guerra se tornou cada um por si, qualquer tipo de aliança foi quebrada, sem contar que cada país tinha sua guerra civil interna, o mundo virou um caos, acho que nem Nostradamus previu algo tão insano e cruel.

Vi lojas e supermercados sendo saqueados e queimadas, pancadaria nas ruas, irmão matando irmão, estupros no meio da rua, assassinatos por diversão, e o desespero no rosto da maioria, as igrejas e bares ficaram lotados de fies dos dois tipos, vendo tudo aquilo acontecer bem de baixo do meu nariz fiquei pensando que todos mereciam mesmo aquele apocalipse.

 A bomba caiu em outro estado, mas mesmo assim o impacto foi sentido em todo o país, prédios, casas, escolas, tudo foi destruído de uma vez, noventa por cento da população mundial foi exterminada, e a metade que sobrou teve algum tipo de mutação bizarra com a radiação, eu não fui afetada, mas várias pessoas que eu conhecia foram.



Logo após a destruição o cheiro no ar era estranho parecido com o de produtos de limpeza, se tivesse ficado nisso ia ser agradável, mas logo o cheiro de podre tomou conta de tudo, aqueles milhares de corpos apodrecendo no ar contaminado. Não tinha mais arvores nem animais, respirar estava muito difícil, tudo estava caminhando para a extinção total da terra, um planeta tão cheio de vida que foi morto pela ganancia e ódio dos seres humanos.

Caminhei com familiares e amigos que sobraram depois de alguns meses da bomba cair, sabíamos que deveríamos ficar escondidos durante um tempo por causa da radiação mesmo sendo quase ineficaz fazer isso, quando saímos o mundo tinha se tornado um deserto sem vida, passamos por algumas pessoas se alimentando dos restos de pessoas mortas, pedaços de corpos podres espalhados pelo chão, nós fizemos um pacto que seja a fome mais forte que for, nunca nós tornaríamos canibais, preferiríamos morrer a fazer isso.

Em um momento tivemos que correr pra não sermos comidos vivos por alguns famintos que encontramos, pareciam mais uma horda de zumbis, caminhamos por várias semanas, achamos alguns alimentos entre os destroços, foi o que nos salvou, até que eu me viro e vejo uma pessoa monstruosa, afetada diretamente pela radiação em estado avançado de mutação, contei cinco braços na esquerda e três na direita parecia uma aranha humanoide bizarra, não tinha dedos formados, fiquei paralisada com aquela visão, eu Ana Paula estava prestes a morrer.

Continua...

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Poema - Dias e Noites



Dias em que meus olhos veem a chuva cair de baixo pra cima

Noites em que meus olhos enxergam a lua como uma laranja lima

Dias em que o sol não aparece porque não está no clima

Noites em que nas fabulas o Lobo mal salva a Chapeuzinho Vermelho

Dias em que a rápida tartaruga vence o coelho

Noites em que acordo meia-noite pra almoçar

Dias em que a única coisa a fazer é botar o pijama e não acordar

Noites em que finjo que os dias seguintes jamais chegaram

Dias em que finjo ser invisível pras noites sombrias que chegaram

Noites em que me sinto inexplicavelmente infeliz

Dias em que me sinto explicavelmente incapaz de ser feliz


Dias e Noites de pernas pro ar em que você não está mais do meu lado


sexta-feira, 13 de maio de 2016

Manicômio Parte 2



Revelações


Depois do ocorrido Padre Samael estava determinado a descobrir toda a verdade sobre o manicômio e o que acontecia com aquelas crianças, escondido do Bispo começou a investigar a documentação do lugar, alguma coisa estava errada com aqueles documentos, as contas não batiam, muito dinheiro estava sendo investido pros tratamentos e pouca coisa era feita, alguém estava desviando grande quantidade de dinheiro, o Padre também achou uma pasta com fichas de todos os pacientes, o conteúdo era diferente das informações que tinha, ele escondeu em baixo da roupa e foi embora.


Achou a ficha de um dos garotos muito estranha, pois estava toda em branco, era a única que estava assim, ele sabia qual garoto era esse, ficava no final do corredor do segundo andar, nunca entrou no quarto era extremamente proibido, sempre achou que o garoto tinha alguma doença infecciosa como constava na ficha que ele possuía, mas agora não tinha mais certeza disso, algo estava errado ainda mais depois da sua ultima experiência, mas antes que pudesse ira até o quarto do garoto Judity apareceu.

- Oi pensei que estivesse dormindo!

- Ainda não, mas já vou, o que você deseja?

- Deseja conversar?

- Sobre o que?

- Sobre as coisas que aconteceram, o Bispo está preocupado. – Ela se aproximou do Padre.


- Não precisam se preocupar, não é a minha primeira vez. – Judity se aproximou ainda mais do Padre, ambos agora estavam sentados colados na cama.

 Ela estava com uma camisola branca quase que transparente, em certos momentos o Padre podia ver a silhueta dos seios da jovem freira. – Eu acho melhor a jovem voltar para os seus aposentos, membros da igreja não podem estar em certas vestimentas perto do outro. – ele estava suando frio.

- O que foi Padre? Tem medo de alguma coisa? Não faria nada que o senhor não quisesse, eu juro. – falou com um tom de malicia na boca.

- Claro que não. – o olhar de Judity estava mexendo com o Padre, alguma coisa diferente estava saindo de dentro dele.

- Certos tipos de pecados às vezes são perdoados, o fruto nem sempre é proibido. – ela se inclinou e deu um beijo na sua bochecha e aos poucos foi indo pra sua boca, o padre tentou evitar essa ação, mas Judity o segurou com uma das mãos, com a outra tocou o seu sexo que já estava excitado, esse foi o gatilho, o padre arrancou a sua camisola como um animal descontrolado, suas feições haviam mudado, seu olhar era de uma fera carnívora, eles transaram no chão da forma mais selvagem possível sob o olhar do Bispo que espiava na fresta da porta.


No dia seguinte o Padre fico ajoelhado no milho rezando sem sair do seu quarto, chorava descontroladamente tentando expiar seus pecados, aquilo nunca tinha acontecido antes, parecia que estava possuído, alguma coisa deveria ser feita com ele, não achava ser mais digno de ser um servo de deus, de alguma forma achava que o garoto misterioso podia ter alguma coisa com isso, mas as fichas que tinha pegado haviam sumido.

Confronto

Padre Samael estava determinado a confrontar o Bispo, depois de três dias tentando expiar os seus pecados, decidiu que sua missão era desvendar todo o mistério, de noite foi até o escritório dele, mas parou na porta, estava em reunião com alguns homens estranhos, todos de terno e gravata, suas feições eram um tanto ameaçadoras, chegou bem no fim das conversas, quando saíram Samael se escondeu, e foi atrás deles até o quarto do garoto misterioso, um deles tinha uma bolsa grande e preta, enquanto caminhavam dava pra escutar os barulhos metálicos que ali dentro continham.


Entraram junto com o Bispo no quarto, houve um grande período de silencio quebrado pelos gritos do garoto, o Padre então interviu, entrou no quarto determinado a saber o que estava acontecendo, todos os cinco homens de terno estavam segurando o garoto enquanto o Bispo falava algumas palavras no ouvido dele.

- Em nome do Senhor o que está acontecendo aqui?

- Porque ele está aqui? – falou um dos homens de terno.

- Padre saia daqui agora! – o Bispo falou nervoso.

- O que vocês pensam que estão fazendo com essa criança?

- Isso é uma coisa fora da sua alçada Padre.

Não deu tempo de o Padre continuar o seu questionamento, o garoto estava com uma fúria incontrolável, mordeu o pescoço de um dos homens de terno e com o ferro da cama bateu na cabeça de outro deixando seu crânio amassado, todos se afastaram do garoto que estava com uma marca de cruz na testa, ficou de pé encima na cama mostrando os dentes como um animal prestes a atacar, em um pulo rápido pulou pela janela desaparecendo na escuridão da noite. 



sexta-feira, 6 de maio de 2016

Crônicas de Horror – O Circo, Capítulo 2


O navio seguia em alta velocidade por entre as ondas selvagens daquele mar revolto e perigoso, a cada pancada no casco que tomava pela agua um dos marinheiros pulava pra fora com violência, o céu estava em um cinza tão escuro que quase estava se tornando preto, de longe as ondas mais pareciam paredes em movimento. O pavor era total, gritos e mais gritos que não eram escutados por causa dos barulhos do mar e os trovões que de vez enquanto caíam na cabeça de alguma pessoa e a transformava em um corpo sem vida queimando por dentro, o capitão estava dentro da sua cabine tremendo de medo pressentia a morte de todos ali, sabia muito bem que aquele navio não aquentaria mais e afundaria a qualquer momento, todo o seu luxo e poder não serviam pra nada nesse momento, se sentia impotente e miserável com a situação que se desenrolou.


Karine observava tudo aquilo passiva na parte superior do convés, cada mínimo detalhe estava sendo registrado, oficiais pomposos em desespero caindo na agua morrendo afogados ou sendo atingidos por raios, os escravos acorrentados sendo jogados de um lado pro outro sem conseguir se soltarem, alguns acorrentados com irmãos já mortos. Karine percebeu que alguns deles, os que conseguiram se manter vivos e dentro do navio, se ajoelharam em meio a chuva pesada que caia na sua direção, pareciam que estavam rezando na direção dela, foi quando percebeu que não era pra estar ali, o vento não a empurrava pra longe, o balanço do navio não a incomodava e a chuva não a tocava, estava ali mais ao mesmo tempo não estava. De longe viu um tornado vindo em direção deles, esse era o fim pra todos ali, escravos, oficiais, não importava mais, todos teriam o mesmo destino, mas algo ainda mais assustador estava pra acontecer o tornado tinha um rosto, um rosto cruel vindo em direção deles, abriu aboca e engoliu o navio, Karine pode sentir a dor de cada um antes de sua mente apagar.

Karine acordou em uma cama estranha em um quarto estranho, sua mente estava muito confusa, as imagens que aparentemente eram um sonho ainda estavam fortes, demorou alguns minutos pra ela distinguir o que era real e o que não era, ainda assim estava bastante assustada, tremia muito enquanto tentava se levantar da cama, não fazia ideia de quanto tempo estava ali nem como tinha chegado naquele quarto. Escutou alguns passos vindo em sua direção, seu coração disparou, procurou alguma coisa pra se defender, mas não encontrou nada, então foi pro chão e se escondeu embaixo da cama, a porta foi aberta, ali de baixo ela pode ver os pés caminhando de um lado para o outro a procurando, estava ofegante por causa da tensão, mas respirava o mais silencioso possível, seu peito doía de tanto medo que estava, viu os pés saírem do quarto então pode finalmente sair de baixo da cama, esperou mais alguns minutos botou o seu tênis e saiu do quarto.
Andou por um corredor reto e pra sua surpresa saiu dentro de uma igreja, um padre sentado no banco parecia que a estava esperando, Karine finalmente se acalmou afinal estava na casa do Senhor, o que de mal podia lhe acontecer, e tinha se lembrado o porque estava ali, mas ainda era um mistério de porque estava desacordada no quarto.

- Bênção, padre!

- Deus te abençoe, minha filha! – Karine senta no seu lado. – Acredito que esteja se perguntando como veio parar aqui!

- Sim senhor, minha mente está confusa, não lembro como cheguei aqui ou porque estou aqui.

- Te encontrei no lado de fora da igreja desacordada, ,parecia estar tendo algum tipo de pesadelo muito real Karine, como não tenho o telefone dos seus pais lhe deitei na minha cama enquanto atendia alguns fiéis.


- O senhor acredita em reencarnação? Eu sei que isso pode ir contra a sua crença, mas eu tô com duvidas e não só com isso acho que sou amaldiçoada, muitas coisas estranhas vem acontecendo comigo.

- Eu realmente senti algo quando te peguei no chão, minha filha esteve aqui, mas não pode lhe ajudar.

- Sua filha?

- Entendo o espanto, nem sempre eu fui um padre, antes de seguir essa vocação eu tive uma família e uma vida diferente. – ele falou com uma tristeza no olhar. – Mas isso é passado vamos focar em você. O que realmente lhe aflige?

- Tem alguma coisa de errado comigo, não sei explicar direito é alguma coisa fora do normal, tenho pesadelos muito reais como se eu realmente estivesse lá, e eu sinto que realmente estou. Algo grande vai acontecer padre, eu sinto isso, um mal muito grande está por vir e vai consumir tudo e todos.

Karine saiu da igreja com a sensação que o padre sabia mais do que lhe tinha contado, mexeu no seu bolso e encontrou o folheto do circo, pensou que se conseguisse um tempo no final de semana iria visita-lo. Chegou em casa e seus pais não estavam, entrou em seu quarto abriu a janela e deitou na sua cama, ficou olhando pro céu, ainda estava cansada e as vezes dava uma piscada sonolenta, foi em uma dessas que teve a impressão de ter visto um homem alado voando entre as nuvens, se levantou rapidamente e quase caiu da janela tentando enxergar melhor, mas não viu mais nada, talvez tivesse sido apenas o seu cansaço fazendo efeito, deitou novamente na cama e depois de alguns minutos adormeceu.


Escuto pequenos barulhos pertos da porta, mas não deu bola pensava que fosse os seus pais chegando, os barulhos continuaram, pequenos passos que foram aumentando gradativamente, ela abriu um dos olhos e viu dezenas de insetos passando por baixo da porta, dezenas viraram milhares o quarto ficou completamente tomado, Karine ficou encima da cama apavorada, formigas, aranhas, e qualquer outro tipo de inseto rastejante cobriram o chão formando um tapete.

Uma formiga do tamanho de um celular tenta subir encima da cama, ela tenta chuta-la, o bicho tinha pressas enormes que morderam o seu dedo, pela dor Karine sabia que não estava sonhando, alguns dos insetos menores conseguem subir na cama, outros maiores começam a balançar a cama tentando faze-la sair de cima, Karine se desespera quando os insetos pequenos começam a subir na cama, a porta é aberta abruptamente pelo vento forte, ela pula da cama e corre porta a fora com alguns insetos ainda nos seus pés grudados. Corre pela rua meio sem rumo ainda assustada com o que tinha acontecido, sem prestar atenção nas coisas em sua volta tropeça em um anão que lhe faz uma cara feia, quando levanta estava na entrada do circo.


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