"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

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Porto Alegre, Rs, Brazil
Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Outra Dimensão


Paulo estava vagando pela rua quando encontra uma casa abandonada, a casa era cercada por um portão enferrujado que estava entre aberto, a grama estava alta, a casa tinha a aparência de ser extremamente velha, as paredes pelo lado de fora estavam podres, a minoria das janelas estavam inteiras, e o teto tinha vários buracos. Já estava no final da tarde, mas o sol ainda brilhava no céu, era um dia calmo e comum, algo que Paulo achava um pouco triste, ele então resolve entrar na casa.

Paulo passa pelo portão que estava entre aberto, o rangido do portão era irritante, a grama estava alta na altura de seus joelhos, antes de avançar mais um pouco ele pisa em um animal estranho, parecia um rato comum com a exceção de ter 8 patas e duas cabeças, o bicho corre matagal a dentro. Paulo continua a sua caminhada até a casa, o vento soprava e mexia a grama, ele chega na porta, era grande a maior que ele já vira parecia ser do Séc.XIX, assim que ele entra no recinto a porta se fecha sozinha, Paulo tem a sensação de estar passando em um portal pra uma outra realidade, aquela não parecia uma simples casa agora, mas sim um universo diferente, uma outra dimensão.

A cada passo que ele dava era como se fosse o primeiro de sua vida, dada a sensação de novidade, seu coração havia disparado, Paulo sabia que se continuasse a sua aventura pela casa ele voltaria diferente ou talvez nem voltaria. A luz dentro da casa era muito pouca, apenas fachos de luz vindos do teto e das janelas quebradas, a sala era enorme e ocupava quase toda a casa, haviam poucos móveis os que tinham estavam em pedaços.

Ao percorrer a sala Paulo nota um movimento estranho dentro de um vaso velho cheio de areia, era como se uma grande minhoca estivesse dentro da areia, depois de alguns minutos de movimentos uma pequena plantinha começa a crescer dentro do vaso, e não parou mais até virar uma grande árvore que segundos depois vira areia dentro do vaso. Paulo ainda estava tentando entender o que tinha acontecido ali, quando um cavalo branco cruza a sala e empina na frente de Paulo e desaparece logo depois. 

O coração de Paulo parecia que ir sair pela boca tamanho o susto que ele levou, mas as surpresas não pararam por aí, um passarinho entra por uma das janelas quebradas e para no pé de Paulo, ele se abaixa pra tocá-lo quando o passarinho se transforma em uma grande águia e o ataca com suas grandes garras afiadas, Paulo se debatia e a águia continuava encima dele, quando Paulo achava que não tinha chance de sobreviver, uma voz esquisita manda a águia parar o ataque, a águia retorna a sua forma de passarinho e sai por onde entrou, aliviado Paulo procura a pessoa que o salvou, mas pra seu espanto a voz vinha de uma bola de gosma que estava encima de uma cadeira de balanço.


- Quem é você, filho? – A bola de gosma falou pra Paulo.

- E...Eu... – As palavras não saiam da sua boca tamanho era o seu pavor.

- Não tenha medo, eu ainda não vou lhe fazer mau, agora acalme-se e sente na minha frente.

Paulo sentou na frente daquela coisa nojenta, ele estava apavorado mais a minha curiosidade foi maior e me fez sentar ao invés de sair correndo.

- Eu preciso de um corpo pra passar pro seu mundo, como você está vendo a forma que eu apresento no seu mundo não é das melhores, por isso eu vou tomar o seu corpo pra mim, essa casa é um portal entre dimensões diversas, mas a passagem não é segura, e quem atravessa sofre as consequências. E aqui estou eu, nessa forma horrenda esperando a minha libertação que finalmente chegou.

Paulo começa a suar frio e a tremer, ele tenta se levantar pra correr, mas a criatura estava o controlando, Paulo já não controlava nenhuma parte do seu corpo. A criatura começa a se mexer na cadeira e a aumentar de forma se expandindo até cobrir o corpo de Paulo, a gosma entra na pele de Paulo e o domina completamente. De posse de um corpo a criatura agora pode colocar em pratica o seu plano de dominar a raça humana.

domingo, 15 de maio de 2011

Anjo da Morte

Autora: Elliza Moreira

 

A música estava forte em meus ouvidos, a festa estava um arraso, minha amiga Ana estava com seu namorado na pista de dança. Eles insistiram para que eu dançasse com eles, mais eu recusei solenemente, pois era meio chato estar entre os dois, eu me sentia mal com isso.

Eu não tinha vindo acompanhada por um rapaz, por não ter muitos amigos. Desde que chegará a escola, a única pessoa que falará comigo foi Ana, eu era conhecida como “A Esquisita”.
Eu ficava observando Ana e Adam dançando e se divertindo, enquanto eu ficava encostada na mesa, ao lado do ponche.

- Belo vestido. – Ouvi um rapaz dizendo ao meu lado.

Me virei lentamente para o lado, para ver quem era. Ao olhar para ele paralisei completamente, ao ver tal beleza inumana.
- Obrigada. Sua roupa também é linda. – Disse com uma voz trémula.
Ele sorriu, seu sorriso era angelical, até parecia um Anjo.

- Eu me chamo Seth, e você?

- Mary. – Balbuciei.

Ele curvou-se para o meu lado, beijou minha face dizendo:

- Encantado. Você quer dançar comigo?
Balancei a cabeça em sinal de confirmação, ele pegou em minha mão e me levou até a pista de dança. Onde começamos a dançar uma música calma.

Deixei que ele me levasse na dança, pois eu não conseguia me concentrar quando olhava para aquele rosto angelical, principalmente quando via aqueles olhos azuis, tão profundo que até parecia duas gotas tiradas do oceano.
Quando a música acabou, voltamos para perto da mesa do ponche, onde Ana e Adam estavam me procurando.

- Onde você se meteu mocinha? – Perguntou Ana nervosa.

- Desculpa. – disse eu – Seth me convidou para dançar e eu não tive com recusar.

- Oh, ok. – Falou Ana mais tranquila.

- Nós estávamos procurando você, porque já vamos embora. – Pronunciou Adam desanimado. – Já está ficando tarde.

- Hum, ok… – Voltei-me de frente para Seth lamentando. – Obrigada pela dança, adorei, mas agora tenho mesmo de ir.

- Não vai! Fica mais um pouco, por favor! – Seth disse olhando com um ar de quem está implorando. – Mais tarde eu te levo para casa.

Olhei para Ana e para Adam, eles sorriram e ela voltou-se para mim dizendo:

- Ok, mas se comportem. Te vejo amanha Mary.

- Ta bom, até amanha, tchau.

Depois que eles se foram, Seth me pegou pela mão e me levou para fora da festa. Para um pequeno jardim iluminado. A noite estava fria, e como era uma festa de época, o meu vestido era longo, com um corpete, que realçava muito meu decote. Quando o aluguei podia ter pedido ao meu pai mais cinquenta moedas, para poder alugar também uma espécie de casaco que fazia conjunto com o vestido. Mas eu pensava que não seria preciso.

Seth reparou que eu estava com frio, tirou sua capa e pôs em cima de meus ombros. Sentamos em um banco, eu olhava as estrela, estava um silêncio quase total, ao longe se podia ouvir a música da festa.

Seth pegou suavemente em meu queixo, e puxou meu rosto de forma que eu ficasse olhando directamente nos olhos dele. Ele aproximou sua face até a minha, até que nossos lábios se encostaram suavemente um no outro. Seu hálito quente, suave e doce me deixou sem reacção, só consegui corresponder seu beijo. Sua língua invadiu minha boca, intensificando mais aquele beijo.

Depois ele me abraçou fortemente, e disse:

- O nosso tempo está se acabando, vamos?

Fiz sinal de confirmação, mas realmente não entendi porque ele disse aquilo. Olhei para o relógio ia dar quatro horas da manhã, meu pai não tinha me dado hora para chegar em casa, mas já estava mesmo começando a me sentir cansada, esses saltos altos me matam.

Passamos pela festa, em direcção a saída do local. Ao chegar no estacionamento, não fazia ideia qual seria o carro dele. Quando ele parou na frente de um, fiquei impressionada. Era um BMW descapotável, que pela fraca intensidade da luz parecia ser cinzento.

Ele abriu a porta para que eu entrasse, entrei e ele fechou, passando rapidamente para o lado do motorista. Entrou no carro, ligou-o e acelerou em direcção a estrada principal. Ele nem tinha perguntado onde eu morava, puro e simplesmente foi na direcção contrária.

- Seth minha casa para outro lado. – Disse-lhe.

Ele riu-se sonoramente e disse:

- Como podes ser tão burra Mary, vá você até bonita, mas sinto muito em ter que matá-la. – Disse entrando com o carro numa estrada escura e acelerando ainda mais.

Eu fiquei aterrorizada. Não sabia nem o que dizer.

- Pára já esse carro! Porquê me matar? O que foi que eu te fiz?

- Mary querida, eu não tenho nada contra você, e ainda não fizeste nada a mim, mas irás fazer. És o meu cartão de entrada num cargo (por assim dizer), superior dos Anjos Negros.

- O que? Disseste Anjo Negro?

- Sim, ou podes mesmo preferir Anjos da Morte. Sua alma é meu portal de entrada no estágio superior.

Eu comecei a entrar em estado de pânico, pensei até em pular do carro, mas a velocidade era enorme.

Quando penso que não, Seth travou de repente o carro, e esse capotou, o céu sumiu de minha visão, ficou tudo escuro, e voltou outra vez a parecer, várias vezes consecutivas, até que parou. Meu corpo estava muito dolorido, tentei me mover, pedir, gritar por socorro, mas não conseguia, doía de mais.
Seth parou de pé ao meu lado no carro e disse:

- Tu és resistente. Bem vamos logo acabar com isso já não tenho muito tempo.

Tirou de dentro de sua capa uma foice, levantou-a e disse:

- Adeus Mary, e obrigado.

Eu cuspi-lhe na cara. E ele apunhalou-me fortemente com a foice. A dor me atingiu em grande intensidade. Mas aos poucos fui deixando de senti-la, já nem conseguia sentir o ar chegando em meus pulmões.
Minha visão começou a escurecer, já não conseguia ouvir nada a minha volta, já não sentia nada, o meu coração batia cada vez mais lento e minha visão ficou escura de vez, e assim eu dei a minha última respiração, enquanto todo o resto sumia…

LENDAS URBANAS

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