"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

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Porto Alegre, Rs, Brazil
Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

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sábado, 23 de abril de 2011

Fora do Corpo


Ana não sabia onde estava, a dor havia desaparecido, ela estava vestida com roupas de paciente de hospital, e ela estava em um hospital de pé na frente de uma cama onde uma mulher estava deitada ligada em aparelhos, parecia estar em coma. Ana chega perto da cama e se assusta, a mulher que estava em coma era ela.

Ana sai correndo do quarto, pedindo ajuda pras pessoas que ela encontrava, mas ela parecia invisível, se pergunta o que poderia estar acontecendo, ela tenta tocar nas pessoas em vão, passava pelas pessoas como fumaça, parecia não mais caminhar, mas se deslocava flutuando suavemente pelos corredores, depois de algum tempo sem ninguém perceber a sua presença, ela aceita o inevitável, estava tendo uma experiência fora do corpo.

Ana volta pro quarto e fica observando o seu corpo em coma na cama, a janela estava aberta quando um vento um tanto esquisito passa pelo quarto, Ana sente uma sensação de angustia misturada com temor. Ana vê vultos e escuta sussurros estranhos pelos corredores do hospital. Um enfermeiro entra no quarto e examina o corpo de Ana enquanto ela de pé observa, ele puxa do bolso uma seringa suspeita, Ana sente que algo estava errado, tenta chamar alguém, mas ninguém escuta, ela então tenta parar o enfermeiro, também em vão. O enfermeiro esconde a seringa depois de aplicá-la e vai embora deixando Ana no vazio de seu quarto.

 
Depois de uma hora em que Ana apenas observa o horizonte, um homem com a aparência de doente entra no quarto e senta na cama onde estava o corpo de Ana, ela fica preocupada e assustada quando o homem começa a falar com ela. Ana senta no seu lado pra escutá-lo.

-...Minha mulher, meus filhos, eles precisam de mim, ela não pode me levar, eu não quero ir.

- Quem vai levá-lo?

- A morte, ela está aqui, e eu acho que não é pra cima que ela vai me leva. Eu enganei muita gente por ganância, traí várias vezes a minha esposa, mas eu a amo e não quero ir, por favor, me ajude.
Uma ventania começa dentro do quarto, passa pela porta uma grande corrente com um gancho na ponta, Ana não consegue ver quem arremessou a corrente só vê que o gancho acerta o pescoço do homem que é puxado pra fora do quarto deixando Ana apavorada.

Ana paralisada de medo começa a chorar de pavor, pois ela poderia ser a próxima, ela tenta em vão voltar pro seu corpo, um sinal começa a tocar nos aparelhos que estavam ligados no seu corpo, vários médicos entram no seu quarto ao mesmo tempo, Ana se preocupa, mas esquece isso rapidamente quando escuta um barulho de corrente arrastando no chão em direção ao seu quarto. Ana grita pra os médicos a salvarem, uma figura encapuzada vestindo uma capa preta que cobria todo o seu corpo aparece na porta, tinha mais de 2m e na sua mão direita tinha uma foice e na esquerda correntes grossas.

Os médicos declaram à morte do corpo de Ana. Ela nunca tinha visto aquela criatura antes, mas ela sabia que era a “morte” que vinha pagá-la. Ana se levanta e caminha até a criatura que estende a sua mão gigantesca e a leva pra fora do quarto.

- Eu vou pro céu, né!

A criatura depois de algum tempo responde com a sua voz rouca:

- Não, pra baixo.

O corpo de Ana pega fogo, ela solta seu último grito antes de virar cinzas.

domingo, 10 de abril de 2011

O Cemitério

Obs: Esse conto é baseado em fatos reais, nomes e lugares alterados por obviedade.


                Reginaldo era o único coveiro de uma pequena cidade do interior de São Paulo, ele cuidava do cemitério “Paz Eterna”, mas esse não era o único cemitério da cidade, havia outro um pouco distante que Reginaldo evitava, pois seu falecido pai lhe contou certa vez das coisas horripilantes que aconteciam naquele cemitério á noite. Não era sempre, mas Reginaldo às vezes tinha que dormi no cemitério, pra guardar alguma cova nova ou pra preservar o local, o cemitério “Paz Eterna” era um lugar tranquilo e sossegado com diversas arvores e plantas, e seu Reginaldo que era solitário se sentia em paz junto com sua lanterna e seu radinho de pilha.

               Reginaldo estava capinando perto de uma lápide quando lhe foi informado que deveria passar algumas semanas no cemitério que ele evitava, “Lar do Descanso”. Muito contrariado Reginaldo teve que aceitar a ordem, mas antes de partir pro cemitério ele vai à igreja rezar e pedir proteção.


               As noites no cemitério foram mais tranquilas que Reginaldo esperava, nenhum ocorrido misterioso e nenhum barulho estranho, na ultima noite Reginaldo estava despreocupado e achando que seu pai havia exagerado nos fatos, mas alguma coisa estava estranha naquela última noite de Reginaldo no cemitério.

              O cemitério estava num breu diferente naquela noite, o vento soprava suavemente entre as lápides, o mato balançava numa dança um tanto sinistra, em um determinado momento o silêncio pairou no local, os minutos se transformaram em horas, horas pareciam intermináveis, um calafrio subiu pela espinha de Reginaldo, ele sentiu que alguma coisa estava pra acontecer, então desliga o seu radinho de pilha, acende a sua lanterna e fica em alerta.

                        Um grunhido de animal ecoa pelo cemitério fazendo Reginaldo gelar, ele tropeça em uma pedra e no chão vê um vulto passar entre as lápides junto com risadas de criança, Reginaldo se levanta e rapidamente pega a sua lanterna apontando na direção da escuridão procurando alguma coisa, mas nada aconteceu o grunhido havia silenciado, o vulto sumido junto com as risadas de criança. Reginaldo anda pelo cemitério procurando algum invasor, ele tremia da cabeça aos pés, pois uma das estórias de seu pai era sobre a alma de uma criança amaldiçoada que assombrava o cemitério.


 
 
              Reginaldo avista de longe uma criança vestida de branco com a cabeça baixa, ele a chama, mas ela não responde, ela só se balançava de um lado pra outro como se estivesse dançando, Reginaldo podia jurar que estava escutando a música que ela estava dançando. Reginaldo se aproxima com a lanterna apontada pra ela que ainda estava de cabeça baixa, ele agacha pra ficar na altura dela, põe a mão no queixo dela levantando a sua cabeça, Reginaldo salta pra trás ao ver a face da menina, seu rosto era todo deformado com a aparência de um porco, ela solta um grunhido altíssimo e parte pra cima de Reginaldo que caí no chão, a criança se transforma em fumaça desaparecendo no ar.


                 Reginaldo ainda atordoado caminha pelo cemitério tentando sair, mas por incrível que pareça ele estava perdido, depois de caminhar alguns minutos ele encontra uma árvore enorme que ele nunca tinha visto no cemitério, ela era sinistra e tinha uma pequena névoa que cobria todo o chão, aquele local não parecia ser no cemitério, mas sim outra dimensão ou o além, Reginaldo caminha até a árvore e encontra uma ossada junto com uma carta, quando ia abrir a carta ele desmaia.

Na carta havia a localização dos ossos de uma menina que havia desaparecido, ela foi morta por uma seita satânica e enterrada no cemitério escondida junto com ossos de porco.

sábado, 9 de abril de 2011

Conto Extra (Adaptação: Tayler Masen)

Conto: Chapeuzinho Azul e os três Lobos

Autor: Dos Santos

Adaptação: Tayler Masen
Capa: Bella Poynter
O pequeno vilarejo de Três Marias era um lugar retirado ao pé de uma montanha, residiam ali quase 200 habitantes, muitos dos quais eram trabalhadores da cidade mais próxima, cujo único acesso era feito por uma estrada as margens de uma densa floresta.
Desde sempre, a floresta tinha se tornado um lugar proibido a todos que moravam ali.
O motivo? Histórias de lobos amaldiçoados comedores de carne humana.
Ninguém se atrevia a se aventurar alem da margem da estrada, e ainda assim, só o faziam com a luz do sol.
O toque de recolher havia sido imposto ha muito tempo, e assim que o sol de punha, não se via uma viva alma caminhando pelas ruas pavimentadas de pedras.
As pessoas que tinham que entrar ou sair, esperavam o nascer do sol como medida de segurança, e mesmo assim, vez ou outra a cidade lamentava o sumiço de alguém, o que só aumentava o pavor da população.
Ana Lucia morava nesse lugar desde que nascera; seus traços angelicais e sua forma doce de tratar a todos a fazia ser querida por quem a conhecia.
Era chamada de chapeuzinho azul ou "C.A" , uma brincadeira bem humorada por ela sempre usar um casaco com capuz dessa cor, seja em dias frios – o que é muito comum na região, - ou no calor- que não era tão intenso como em outras regiões.
"C.A" não era a santinha indefesa que aparentava, apesar de seu jeito doce, era uma garota de opiniões formadas e dotada de uma agilidade incomum. Seu Pai com medo de uma filha desprotegida diante dos perigos do lugar, e impedido de sair dali, sempre a ensinou a lutar, fazendo da filha uma conhecedora de varias artes.
Morreu quando "C.A" tinha 10 anos, deixando uma filha perita no uso de facas e capaz de se sair bem de qualquer coisa que cruzasse seu caminho.


 Hoje com 18, ela havia se transformado em uma bela mulher, determinada em suas ações e perigosa pra quem se metesse em seu caminho.
A vida corria tranquilamente depois de alguns dias de polvorosa, já que um de seus vizinhos misteriosamente havia desaparecido quando voltava do pasto. Chegaram notícias de sua tia, uma senhorinha que morava sozinha do outro lado da floresta e que se encontrava muito doente.
C.A , vendo a aflição da Mãe que também idosa não tinha como a visitar, se ofereceu para sair em busca de noticias e se dispôs a fazer o que fosse necessário para o bem estar das duas.
Evidente que a Mãe não gostou da idéia, mas "C.A" sabia que a agonia dela iria se intensificar com o passar dos dias, então, com bons argumentos, fez com que a Mãe arrumasse algumas coisas para que ela levasse a tia adoentada.
Colocou o casaco preferido, prendeu em sua cinta as facas que foram presentes do Pai e se pôs a caminhar em direção a cidade assim que o sol saiu. Caminhou despreocupada por vários quilômetros, cantarolando músicas antigas que essa mesma tia havia lhe ensinado.
Passaram por ela várias pessoas conhecidas, lhe desejavam bom dia e seguiam seu enfadonho percurso, entediada da viagem e desejosa que ela se findasse logo.
Olhou em direção a floresta, pensando em quanto tempo pouparia se cortasse caminho por ali, parou analisando a estrada e voltou a olhar as árvores. Sem muito pensar, ela se embrenhou no meio do mato que ladeava a segurança da estrada e desapareceu em meio a escuridão dos troncos.


A floresta era muito fechada, a ponto de mesmo marcando no relógio meio dia, dar a impressão que a noite caíra com seu manto, deixando tudo sombrio e diferente. Sabendo dos perigos do escuro, "C.A" retirou da cesta que levava uma lamparina, mesmo com sua luz direcionada, era difícil de seguir caminho.
Dez minutos de caminhada entre troncos e galhos caídos, a luz precária revelou uma cabana muito velha e provavelmente abandonada.
A curiosidade da garota também sempre foi uma coisa forte em sua personalidade, e quase que por impulso ela seguiu em direção a tal cabana,, diminuindo a chama que queimava na lamparina. Caminhou apreensiva em redor do local, sondando os ruídos que a madeira apodrecida fazia.
Alguns sons incomuns lhe chamaram a atenção, então decidiu apagar de vez a chama que tremeluzia em seu pavio, e se aproximou da janela.
Com toda cautela espiou no interior do lugar, seus olhos se arregalaram com a visão que teve: uma criatura gigantesca andava dentro do local que exalava carne putrefata.
Tinha a forma de um lobo, mas era bem maior e mais peludo que um lobo normal, também conseguia se erguer nas patas traseiras como uma pessoa faria; sua boca imensa tinha uma fileira de dentes afiados, com os quais ele rasgava sem dificuldade o que ele estava a comer ali no chão.
"C.A" firmou o olhar e surpreendeu-se em constatar que o que aquela horrenda criatura comia não era um animal, e sim uma pessoa.


Ela se abaixou diante da cena com as mãos na boca, sabia que aquele corpo estirado era do vizinho que sumira, havia reconhecido pelas roupas que usava. Encostou as costas na tábua e ficou a pensar no que devia fazer: seguir seu caminho, ou livrar a cidade daquela praga que os isolava de tudo e de todos?
Covardia era uma palavra que seu Pai nunca a ensinara, decidida a acabar com o grotesco animal, retirou silenciosamente a faca de 20 cm de seu cinto e deu a volta na casa. Os olhos de "C.A" eram alertas e não notou mais nenhuma movimentação por perto a não ser os rosnados do lobo de alimentando dentro da cabana.
Os pedaços esquartejados do vizinho eram triturados com ferocidade, que chegava a rosnar quando os abocanhava.
Entretido em saborear as tripas, não notou a presença de "C.A", as paredes machadas de sangue e repletas de pedaços de carne humana, aliados ao fedor de morte e podridão, quase fizeram a garota desmaiar.
Não havia mais como ela recuar, então juntando as forças que tinha, ela se aproximou mais sorrateiramente que pode, e antes que o lobo se desse conta e pudesse a atacar, os 20 cm da faca foram interados sem dó na nuca do animal. Afiada, a lâmina deslizou saindo no céu da boca da criatura que caiu imóvel a seus pés.
Ela analisou por alguns instantes o corpo dilacerado, confirmando o que já suspeitava; então saiu do local deixando os dois um do lado do outro depois de limpar com cuidado a faca em um pedaço de tecido que encontrara no chão.
Ainda pensando em quantas vidas aquela fera poderia ter tirado ate aquele momento, "C.A" continuou o seu caminho. A dificuldade do terreno fazia a caminhada lenta, dificultosa e muito entediante.


Só que os sentidos da menina eram demais apurados, notou em como a floresta de repente ficou quieta demais. Os ruídos normais de pássaros e animais pequenos não eram mais ouvidos, então ela parou.
Sentiu aos seus pés algo que os molhava, podia ate ser uma reles poça de água, se o liquido não fosse um tanto viscoso demais pra isso. Ela apurou os olhos, os firmando na poça aos seus pés. Assustou ao notar que era sangue, e não água.
O silêncio da floresta era total, o som que ela podia ouvir era somente das folhas das copas das arvores se agitando ao sabor do vento que soprava acima dela, e de seu próprio coração que batia frenético dentro do peito.
Saltou pra trás no exato momento em que um cervo saiu rasgando aos tropeços a vegetação baixa, guinchando em agonia e dor com suas vísceras a mostra, o sangue lhe escorrendo pelos pêlos das pernas, que antes eram imaculadamente claros.
"C.A" vasculhou a mata com o canto dos olhos, podia sentir em suas costas alguém a observando, esperando o momento certo para a atacar sem dó nem piedade, tentou clarear a mente e espantar o pavor que brotava em seu peito. A cada segundo que se passava, podia sentir gelando cada ponto de seu corpo com se estivesse a espera de um movimento que delatasse quem a olhava tão intensamente.
Devagar ela pôs a lamparina no tronco ao seu lado, movimentos tão sutis que ninguém perceberia se não a tivessem notado ali, a cesta teve o mesmo destino, deixando as mãos dela livres para que pudesse alcançar a única forma de defesa que dispunha.
Um galho estalou ao peso de algo escondido na escuridão , rapidamente "C.A" se pois em fuga e o que quer se fosse que a espreitava, começou a caça com todo afinco.


 Os emaranhados de cipós deram a ela uma vantagem, e se valendo dela, "C.A" se escondeu atrás de um tronco largo, tentava conter a respiração para não denunciar sua posição, esperava poder subir no tronco e ter uma visão mais privilegiada do lugar; quem sabe poderia seguir por cima, afim de evitar o que quer que fosse que estava em seu encalço.
Fechou os olhos e tentou ouvir a floresta novamente, nada. Silêncio absoluto.
Ela respirou fundo disposta a encarar o que lhe perseguia e, antes de levar a mão à faca e a retirar da bainha, uma mão enorme e peluda agarrou-lhe o pescoço, a atirando bruscamente do esconderijo que estava,. As garras se fecharam torno dele [o pescoço], prontas pra rasgar a pele alva.
Mesmo que quisesse gritar diante do lobo tão grande e ameaçador que o anterior, ela não conseguiria. Sem esforço ele a suspendeu no ar deixando os dois cara a cara.
"C.A" estava diante de um predador de quase 3 metros de altura, o hálito horrível daquele lobo misterioso que andava sobre duas patas traseiras com a envergadura de uma pessoa, era nauseante demais. Ele a encarava com raiva, mostrando os dentes amarelados, o pelo em redor da imensa boca estavam agrupados e cheiravam a sangue podre.
E le rosnou expondo ainda mais a mandíbula perigosa, parecia querer mostrar a ela a sua força, deixar sua vitima em pânico, pedindo e implorando pela vida antes de dar o golpe final.
A calma de "C.A" só parecia o deixar mais nervoso ainda, a baba ameaçava pingar no rosto da garota que segurava com as forças que tinha no pulso do animal.


Ele começa a apertar com força o pescoço já marcado dela, o ar que já tinha dificuldade em entrar, agora teve definitivamente a passagem bloqueada. Os sentidos de "C.A" começaram a falhar, o lobo tinha um brilho de satisfação nos olhos ao sufocá-la.
Com dificuldade, ela conseguiu alcançar a faca, apertou os dedos em seu cabo, e juntando todas as forças que lhe restavam, enterrou a faca entre suas costelas ate onde conseguiu.
O lobo de imediato a soltou, urrava de dor enquanto do corte escoava sangue em abundância. "C.A" correu de volta as arvores pra se esconder.
O lobo caiu choramingando sobre as patas dianteiras, quando o corpo se acostumou a dor que a posição trazia, ele começou a farejar atrás da menina, olhava furioso com os dentes a mostra a sua procura, mas a dor parecia tão intensa e ele não conseguiu.
Aproveitando que o lobo estava em desvantagem, "C.A" subiu na arvore e o fitava a procurando de lá de cima, esperou calmamente até que ele passasse por baixo dela, retirou o casaco azul e o jogou sobre a cabeça do lobo, bloqueando sua visão.
O lobo ainda sacudiu a cabeça tentando tirar o tecido que lhe impedia de ver, mas não pode fazer nada quando em um golpe rápido, "C.A" pulou de cima da árvore e, decidida, cortou a garganta do lobo que caiu esperneando no chão em agonia Ela não parou ate que a cabeça do lobo pendesse decepada.
Ela limpou o sangue de seu rosto na manga de sua camiseta, chacoalhou a faca no ar para se livrar do grosso sangue que a cobria. Recolheu suas coisas e retomou seu caminho.


Depois de mais ou menos uma hora de caminhada, onde tudo parecia tranqüilo, ela alcançou a casa da tia adoentada. Respirou aliviada quando deixou o negro da floresta, pelo fraco sol da tarde que iluminava tudo ao redor da casa.
Deu os poucos passos que a separava da entrada da propriedade, tentando ajeitar as roupas sujas de sangue e por o cabelo que constantemente enroscava em galhos. Ela definitivamente não queria preocupar a tia.
Ao se aproximar, notou as janelas todas fechadas, como a sua tia se encontrava doente, imaginou que não quisesse correr o risco de piorar e por isso não abria a casa.
O que chamou a atenção, foi a porta entre aberta, ela não sabia da visita de "C.A", porquê então estava assim?
Entrou na casa pondo a cesta no chão e se encaminhou direto para o quarto onde sua tia estaria.
Alguém perguntou quem estava na casa. Deveria ser a voz da sua tia , mais o timbre era diferente, mais grosso. Mesmo estranhando ela se apresentou, dizendo a que veio.
A senhora estava em um quarto pouco iluminado, a cama se encontrava escondida da fraca luz que vinha da fresta da janela, deitada na cama , estava completamente enrolada em meio a grossos cobertores, com uma toca que escondia quase todo seu rosto, deixando a mostra somente uma pequena faixa em seus olhos, novamente a voz da tal tia soa no cômodo apertado.

- que roupa tão bonita é essa? – disse cheio de interesse.

- ée.. pra te visitar tia – respondeu a menina com a testa franzida.

- que boca tão grande é essa minha sobrinha? – "C.A" ficava mais e mais intrigada com as perguntas descabidas da tia, começou então a caminhar mais pra dentro do quarto.

- é pra te beijar melhor tia – falou somente pra responder a pergunta sem sentido.

- e que seios grandes são esses ?- a tia escondia mais o rosto no gorro a cada passo que ela dava, "C.A" tocou os seios sobre a roupa antes de falar.

- eu to crescendo tia –


- e que corpo tão bonito é esse? –

- como assim tia? – agora ela já havia passado do limite.

Ainda pensando na resposta ouve a voz da tia mudar , já não tinha aquela suavidade forçada quando soou forte e altiva pelo quarto.

- deixa que eu respondo – um riso baixo seguiu – é pra te comer melhor.

O monte de cobertas se moveu, a altura do volume embaixo dela não poderia ser de sua tia. Era grande demais .
Aos poucos as cobertas foram sendo postas de lado, e a figura que surgiu debaixo dela, se ergueu em meio a escuridão do canto. Era o terceiro lobo que se escondia no lugar de sua tia que a essa altura "C.A" já dava como morta.
O rosnado que saia do peito da criatura, fazia saltar o coraçãode Ana Lucia. Ela sabia que não poderia escapar sem lutar, e estava preparada pra isso se assim fosse preciso.
O lobo se pois em pé, olhando com cautela a faca que ela segurava contra o peito.
O quarto era apertado e os movimentos da garota eram limitados, sem demora o lobo saltou sobre ela, prendendo de imediato a mão que ela poderia desferir um golpe fatal.
Ela tentou se soltar, fez uma força que não acreditava mais possuir depois de tudo o que passara. Mas o tamanho do lobo era evidentemente uma vantagem. A faca foi retirada de suas mãos e jogada longe o suficiente para que ela não pudesse alcançar, ele com brutalidade a jogou sobre a cama, e usando de suas garras, fez em fiapos a roupa da moça que se debatia em desespero.


- me solta – gritava ela tentando o afastar sem muito sucesso com as pernas.
- hoje você será minha – ele sorriu olhando os seios dela que agora estavam a mostra.

- você não pode me tomar – ela cuspia as palavras a ele com raiva.

- sim eu posso – disse de forma calma – posso fazê-lo como lobo e.. como humano também – completou.

- então como humano – ela choramingou – me deixe ir embora, você não precisa de mim assim.

- quem faz as regras ou eu - ele foi aumentando o tom da voz a cada palavra dita – e você será MINHA.

Nesse instante ele terminou de a despir com brutalidade, a intimidade dela a mostra, lhe saltava aos olhos, sabia pelo cheiro que se tratava de uma virgem, uma mulher ainda intocada para lhe satisfazer os desejos mais depravados.
O corpo do monstro a frente da moça se encontrava excitado só de pensar em tomar as curvas pra si. Quanto mais ele pensava, mais saliva saia de sua boca, "C.A" imobilizada sobre a cama, nada podia fazer a não ser se contorcer diante da língua ávida do lobo, percorrendo cada espaço que podia de seu corpo, ele a provou de todas as formas possíveis antes de a virar com força sobre a cama, por mais que lutasse, que implorasse que ele parasse, não pode fazer nada quando ele separou suas pernas e se encaixou de forma bruta em seu corpo.


O grito que saiu de sua boca poderia ser facilmente ouvido ao longe, ela chorava de dor, enquanto o lobo ensandecido rasgava suas carnes com o membro monstruoso que possuía, mordia seu ombro para a prender e rosnava sentindo um prazer descomunal.
O lençol abaixo de seu quadril já se encontrava encharcado de sangue, "C.A" se encontrava totalmente inutilizada como mulher, o lobo chegou em seu ápice enquanto o corpo já sem forças de "C.A" quase não se movia. Ele fungava e rosnava sentindo os últimos espasmos de prazer inundar o corpo imóvel abaixo de si.
Abandonou seu corpo e com certo desdém a olhava sangrar. Virou seu corpo sobre a cama tingida de vermelho como quem vira um trapo qualquer, observou os olhos lacrimejantes da garota que o fitava inexpressivos.
Um calor estranho tomou o corpo de "C.A", sentia as veias queimar , o liquido que antes corria abundante em seu corpo, se esvair juntamente com suas forças, fechou os olhos assim que sentiu o solavanco que seu corpo deu, quando as garras do lobo entraram em seu peito, retirando dele o órgão responsável por a manter viva.
Não sentia mais dores, não sentia mais nada a não ser a paz começar a tomar conta de tudo, o som do seu predador devorando com gula o coração que ainda pulsava quando foi extirpado de seu lugar de origem, parecia agora algo muito distante, algo que já não fazia parte do mundo em que se encontrava.
Fechou os olhos e deixou que a noite a tomasse por completo.


O lobo se lambeu apreciando ate a ultimo pedaço do banquete, voltou a olhar o corpo inerte, sorrindo satisfeito por ter sido o primeiro e o ultimo daquela menina. Tomou a forma humana e saiu do quarto assoviando despreocupado.
Uma hora mais tarde, um amigo da família que trabalhava pelas redondezas como lenhador, e que quase sempre visitava a tia de "C.A" , estranhou a casa aberta e os rastros diferentes que tinha em frente a porta da casa.
Não era de nenhum animal que ele conhecia.
Entrou na casa e dei de cara com o rastro de sangue que vinha do quarto principal.
A cena que ele presenciou ficaria marcado em sua mente pra sempre, morta sobre a cama, "C.A" ainda tinha os olhos semicerrados e sua ele antes branca, agora se encontrava em um tom incomum de cinza pela falta de sangue. Lenhador horrorizado, se abaixa ao lado do corpo e chora, lamentando não ter chego antes e salvado as duas mulheres.
Usou a ponta do lençol para cobrir com carinho o que sobrou da menina da cidadezinha esquecida pelo mundo.
Saiu do quarto desolado, em busca de uma forma pra dar a noticia a Mãe que esperava o regresso da filha, nem notando que os dedos de "C.A" se moveram ligeiramente.
        

LENDAS URBANAS

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